Setembro Verde: HM chega a 25 órgãos captados em 2025
Atualizado em 01/09/2025 - 13:07
Setembro Verde: captação de órgãos
Equipe médica durante trabalho de captação de órgãos em doador no Hospital Municipal de São José dos Campos - Foto: Divulgação

Nei José Sant'Anna
Saúde

O Hospital Municipal Dr. José de Carvalho Florence, unidade da Prefeitura de São José dos Campos gerenciada pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), realizou na semana passada a captação de órgãos de um homem de 35 anos, que teve morte cerebral atestada pela equipe médica. Com autorização da família, foram captados os rins, fígado e córneas.

Com esta remoção, só neste ano foram 25 órgãos captados no HM, sendo 10 rins, 8 córneas, 5 fígados e 1 osso, beneficiando dezenas de pacientes que aguardavam na fila à espera de doação. Os dados se aproximam dos números de 2024, com 35 órgãos captados (13 rins, 15 córneas e 7 fígados).

De janeiro de 2022 até julho de 2025, foram notificados 155 pacientes com morte encefálica, com 85 órgãos elegíveis para a doação. Destas, 43 famílias concordaram com a doação dos órgãos e 44 famílias recusaram. Neste período, foram doados 173 órgãos para pacientes que receberam uma nova chance de recuperação.

Os procedimentos de remoção dos órgãos são realizados juntamente com a equipe médica do Hospital da Unicamp, de Campinas.

Quando ocorre a morte encefálica, a família é abordada e, havendo autorização, o Hospital Municipal notifica a OPO (Organização de Procura de Órgãos) de Campinas, que responde pelo Vale do Paraíba. A OPO é o órgão que aciona a equipe médica da Unicamp responsável pela captação. 

A taxa de recusa familiar do HM gira em torno 55%, ou seja, em mais da metade dos casos de potenciais doadores as famílias não concordam com a doação.

Segundo o neurocirurgião Rogério Xavier, que preside a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes do HM, esse número poderia ser menor se mais famílias autorizassem as doações. 

“A captação de órgãos para transplantes é um processo totalmente seguro, que só pode ser feito com a concordância da família do doador. É sempre importante falar sobre esse tema e conscientizar as pessoas para que manifestem esse desejo em vida com os familiares”, afirmou o médico, lembrando que, com a aproximação do Dia Nacional da Doação de Órgãos, comemorado em 27 de setembro, colaboradores de vários setores do HM reforçam a importância da conscientização.


No procedimento foram captados os rins, fígado e as córneas | Foto: Divulgação

Setembro Verde

Durante o Setembro Verde, mês nacional de conscientização sobre a doação de órgãos, uma das principais mensagens reforçadas por autoridades de saúde é a importância de manifestar em vida a vontade de ser doador.

Em 2024, foram realizados 32.800 transplantes de órgãos em todo o país, beneficiando milhares de pessoas que aguardavam na fila de doação. 

No Brasil não há documento oficial ou registro em cartório que torne alguém automaticamente doador. A legislação determina que a decisão final cabe sempre à família de primeiro grau, consultada pela equipe médica em caso de morte encefálica. Por isso, especialistas e instituições de saúde recomendam que cada pessoa converse abertamente com seus familiares sobre o desejo de doar.

Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2024, cerca de 45% das famílias brasileiras recusaram a doação de órgãos. 

O Setembro Verde tem justamente esse objetivo: mobilizar a sociedade, reduzir índices de recusa e lembrar que um único doador pode beneficiar diversos receptores, garantindo uma nova chance de vida a quem espera por um transplante.


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