Sheila Faria
Secretaria de Saúde
Maria de Lourdes Nascimento, auxiliar de cozinha no Hospital Municipal, sabe muito bem como é o drama de quem precisa de um transplante. O destino acabou fazendo com que ela conhecesse também o outro lado, o de autorizar que uma doação de órgãos fosse feita.
“Minha filha Érika faleceu em novembro de 2021, aos 31 anos, tendo esperado muitos anos por um transplante de rim, que nunca aconteceu. Mas ela dizia que queria ser doadora e, por fim, foi possível doar as córneas”, disse.
Depois de ter acompanhado o sofrimento da filha desde que ela tinha 24 anos, Maria de Lourdes disse que a doação feita gerou um pouco de conforto diante do sofrimento da perda. “Estou orgulhosa por ela ter contribuído para a continuidade do plano da vida de outra pessoa”, afirmou.
Foi no Hospital Municipal, mantido pela Prefeitura de São José e gerenciado pela SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina), que as córneas de Érika foram captadas.
Maria de Lourdes contou que a filha chegou a ser chamada oito vezes em São Paulo para receber um rim novo, mas o transplante não foi possível. Erika morreu em casa, depois de muitas internações e hemodiálises por complicações da diabetes.
O drama dessa mãe resume a importância da doação de órgãos e ressalta a posição da família, de respeitar a vontade do familiar doente em um momento de sofrimento, para ajudar o próximo.
Palestras
Com a aproximação do Dia Nacional da Doação de Órgãos, comemorado em 27 de setembro, colaboradores de vários setores do HM participaram de palestras nesta sexta-feira (15), no anfiteatro do hospital.
O objetivo foi tirar possíveis dúvidas e envolver todas as equipes do hospital na conscientização sobre o tema.
Os palestrantes foram o neurocirurgião Rogério Xavier (presidente da Comissão Intra Hospitalar de Transplantes do Hospital Municipal) e as enfermeiras clínicas Karina Thalita Higa e Ataiany Amâncio, membros da Comissão.
“A captação de órgãos para transplantes é um processo totalmente seguro, que só pode ser feito com a concordância da família do doador. É sempre importante falar sobre esse tema e conscientizar as pessoas para que manifestem esse desejo em vida com os familiares”, afirmou o médico.
Balanço
Nos últimos quatro anos, o Hospital da Vila captou 256 órgãos para transplante, como rins, córneas, fígados, corações, músculos, tendões, entre outros. Em 2017, o HM bateu recorde de doação de corações no Estado, com 9 órgãos captados.
O número poderia ser maior se mais famílias autorizassem as doações. No ano passado, a taxa de recusa familiar do HM foi de 55%, ou seja, em mais da metade dos casos de potenciais doadores as famílias não concordaram com a doação.
A família é abordada após a constatação da morte encefálica e, havendo autorização, o Hospital Municipal notifica a OPO (Organização de Procura de Órgãos) de Campinas, que responde pelo Vale do Paraíba. A OPO é o órgão que aciona a equipe médica responsável pela captação.
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