Pamonhada é a grande atração do Museu Vivo deste domingo
05/05/2023 14:40
MUSEU VIVO - DIA 7 DE MAIO
Saturnino, ao centro, coordena a pamonhada realizada em 2016, numa outra edição do Museu Vivo - Foto: Divulgação

Avelino Israel
Fundação Cultural Cassiano Ricardo

O mineiro Saturnino de Barros Silva, 62 anos, natural de Sapucaí Mirim, é o convidado do primeiro Museu Vivo de maio, que acontece neste domingo (7), das 14h às 17h, na área externa do Museu do Folclore. Saturnino estará acompanhado da mulher e dos irmãos, que o ajudarão a fazer uma pamonhada.

Fazer a iguaria é um dos muitos saberes que Saturnino acumulou ao longo da vida, sempre valorizando o conhecimento e a sabedoria do seu pai. “Muitas coisas que sei fazer aprendi com meu pai”, diz ela. Nasceu na roça e ficou por lá até seus 13 anos. Estudou um tempo em São Paulo e aos 18 anos voltou à cidade natal.

Saturnino é de uma família de muitos filhos. Do primeiro e segundo casamentos do seu pai, são 36 ao todo. Este número grande de pessoas colaborou bastante para o plantio do milho na roça e, consequentemente, uma colheita sempre abundante do produto.

“A pamonha acaba unindo as pessoas e o sabor dela é melhor ainda pela participação de toda a família. Desde a produção do fogão, dos ralos, a colheita e todo o processo faz parte de sua história”, enfatiza Saturnino. Em 2016, ele também fez uma pamonhada numa edição do Museu Vivo.

O preparo da pamonha

Saturnino conta que seu pai só plantava milho de agosto a dezembro, pois fora desse período era muito arriscado devido a geadas e secas. “E só plantava ‘casado’, feijão e milho. Depois de três ou quatro meses já era época de colher”.

Colhiam o milho de manhã, levavam para casa e retiravam a ‘sapata’, a casca maior, e separavam as melhores espigas – as mais robustas, para separar a palha. Depois de separar as palhas, faziam o ‘marrio’, que é a amarração com a palha do milho seco.

Enquanto isso, uns preparavam o milho, tirando os milhos secos, ralavam e separavam o que iria para a pamonha doce e para a salgada. Tudo ia na água quente. Quando a palha muda de cor, está pronto.

Cadernos de Folclore

O 23º volume da Coleção Cadernos de Folclore, O Saber e o Fazer no Museu do Folclore II, um dos projetos desenvolvidos pelo Museu do Folclore, traz um perfil importante sobre o fazedor. A obra está disponível na Biblioteca Maria Amália Corrêa Giffoni, e também na internet, podendo ser acessada pelo site do museu.

O Museu do Folclore é um espaço da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, que funciona desde 1997 no Parque da Cidade. Sua gestão é feita pelo CECP (Centro de Estudos da Cultura Popular), organização da sociedade civil sem fins lucrativos.

Museu do Folclore de SJC
Av. Olivo Gomes, 100 – Santana (Parque da Cidade)
(12) 3924-7318 ou (12) 3924-7354
www.museudofolclore.org


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