Bordadeiras do Cras montam banca no Vicentina Aranha
Atualizado em 09/09/2019 - 15:22
BARRACA BORDADOS PARTICIPANTES DO CRAS - 08-09-2019 - LUCAS CABRAL
A cada semana, duas bordadeiras venderão as peças na feira do parque Vicentina Aranha - Foto: Lucas Cabral/PMSJC

Wagner Matheus
Secretaria de Apoio Social ao Cidadão

Quem foi ao Parque Vicentina Aranha, na região central, na manhã deste domingo (8), encontrou mais uma banca entre as que tradicionalmente vendem artesanato no local. A partir de agora, um grupo de bordadeiras do Cras (Centro de Referência de Assistência Social), da Secretaria de Apoio Social ao Cidadão da Prefeitura de São José dos Campos, vai expor o seu trabalho para a população.

O grupo começou com 11 mulheres do Cras do Jardim Anhembi, na região sul. Elas participam da oficina de bordados na unidade, que é realizada como atividade recreativa, mas resolveram ir além e tornar o bordado uma forma de geração de renda. A cada semana, duas estarão vendendo as peças na feira do parque.

As oficinas de bordado foram criadas em 2017 nas unidades do Cras dos bairros Novo Horizonte e Santa Rita. Hoje, são seis unidades com cursos de seis meses atendendo entre 20 e 30 mulheres em cada uma, totalizando 180 novas bordadeiras a cada período. Em 2017, o programa beneficiou 480 mulheres. Neste ano, serão 1.080.

A oficina é destinada a pessoas atendidas pelo Cras em situação de vulnerabilidade social, que participam do Paif (Serviço de Proteção e Atenção Integral à Família) ou do Sias (Sistema de Informação da Assistência Social). A Prefeitura fornece a professora e o material, constituído por agulhas, linhas e tecidos. As peças produzidas vão de panos de prato e aventais, a bolsas, toalhas, caminhos de mesa e porta-talheres.

Benefício duplo

Ana Lúcia Gonçalves da Silva, 54 anos, moradora no Parque Industrial (região sul), aprendeu a bordar há um ano e oito meses. Ela estava com depressão e foi ao Cras da Vila Anhembi para conviver com outras pessoas de sua idade. Lá, se interessou em aprender bordado livre.

“Passei a ocupar o meu tempo e a conviver com outras pessoas. A terapia me ajudou bastante e posso dizer que, hoje, pelo menos 90% da minha depressão foi embora”, garante Ana Lúcia, que continua a ir até a unidade todas as manhãs de quinta-feira. No domingo, ela era uma das responsáveis pela banca.

Tereza Monteiro Barreto de Azevedo, 62 anos, moradora no Jardim América (região sul), começou a bordar na mesma época que sua colega. Ela vê um duplo benefício com a atividade: distração e complemento de renda.

“Durante o curso, podíamos ficar com as peças que bordávamos, mas depois achamos que dava para vender as novas peças", disse Tereza. Ela e o grupo de mais dez bordadeiras constituíram um fundo para a compra de material. Com esse fundo, produzem as peças para vender.

“No início, fizemos a rifa de uma toalha de mesa e arrecadamos R$ 500. Hoje, já vendemos cinco peças”, afirmou. Foram vendidos panos de prato a R$ 15 e R$ 20, toalha de lavabo a R$ 25 e avental a R$ 35. O produto da venda vai ser dividido no grupo. Tereza está animada com o novo negócio. “A experiência está sendo muito boa. E, além de tudo, podemos desfrutar desta natureza linda aqui do parque.”


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