Avelino Israel
Fundação Cultural Cassiano Ricardo
Domingo é dia de reunir representantes da cultura popular regional no Museu do Folclore de São José dos Campos, que fica no Parque da Cidade, em Santana (região norte). Neste dia 17, estarão presentes um grupo de Jongo, a mineira Nilcéia Aparecida Neve de Melo e a joseense Lídia Jovina Pires da Silva. Eles demonstrarão seus saberes, respectivamente, na dança e na música, na culinária e no artesanato.
O encontro marca a realização de mais uma edição do programa Museu Vivo, desenvolvido pelo Museu do Folclore todo domingo à tarde, das 14h às 17h. A atividade é aberta ao público, que além de poder conferir de perto os saberes dos representantes, também podem interagir com todos eles.
Dança e música
Tombada em 2005 como patrimônio histórico brasileiro, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a dança do Jongo é uma das evidências imateriais da cultura popular regional. Na época dos escravos, nas lavouras de café e açúcar, o Jongo era dançado e cantado de maneira festiva. Os versos, muitas vezes, serviam para eles se comunicassem.
Em São José dos Campos, o grupo de Jongo Mistura da Raça, formado em 2002 pelo mestre Laudeni de Souza, vem persistindo com a tradição. Natural de Barra do Piraí (RJ), foi lá que ele conheceu e se envolveu com a dança, uma vez que seu pai também era jongueiro. Hoje, o grupo é formado por familiares de Laudeni e outros praticantes dessa manifestação folclórica.
O Jongo tem características bem definidas, como os pés descalços dos integrantes do grupo, as saias rodadas das mulheres, o gingado do corpo lembrando a Capoeira, o canto conjunto, o improviso na formação dos versos em algumas situações, o batuque dos tambores, grande (caxambu) e pequeno (candongueiro).
Rosquinha de nata
A convidada para a área da culinária é Nilcéia Aparecida Neve de Melo, mineira de Barbacena. Ela veio para São José dos Campos com seus pais, em 1974, mas a família sempre manteve contato com a cultura da sua cidade natal, em particular com os saberes da culinária, como a rosquinha de nata que ela fará domingo.
“Eu aprendi a fazer essa rosquinha com a minha mãe, que ainda faz muitas outras receitas, sempre que eu e meus irmãos nos reunimos na casa dela, assim como acontecia na família da minha avó. Foi por causa desses encontros que aprendi a valorizar essa troca de saberes, isso para mim é muito importante”, atesta Nilcéia.
Material reciclado
Para fechar o grupo, a joseense Lídia Jovina Pires da Silva estará presente demonstrando seus saberes no artesanato com material reciclado. Ela também sabe fazer crochê, crochê de grampo, tear de pregos, bordados com pedrarias e bijuterias. Lídia conta que aprendeu a trabalhar com material reciclado com uma amiga da sua irmã.
“Ela me ensinou a fazer um modelo de bolsa, depois eu fui criando outros modelos, mas desde adolescente eu faço diversos tipos de artesanato. Neste domingo vou fazer bijuterias de garrafa pet”, diz ela. O material que consegue vem de algumas clientes que juntam o material reciclado e doam para ela. A família também junto este material.
Gestão
O Museu do Folclore de São José dos Campos é uma unidade da Fundação Cultural Cassiano Ricardo e sua gestão é feita pelo Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP), organização da sociedade civil sem fins lucrativos. Além do Museu Vivo, a exposição permanente do Museu do Folclore também estará aberta para visitação.
Museu do Folclore de SJC
Av. Olivo Gomes, 100 – Parque da Cidade – Santana
(12) 3924-7318 – www.museudofolclore.org
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