Cláudio Ribeiro
Secretaria de Gestão Habitacional e Obras
Desde agosto Adma Silva Pereira vive no Jardim Paulista com o marido, Gerson, e a filha, Gislaine, graças ao programa de transferência criado pela Prefeitura, que já beneficiou 26 famílias que saíram do Banhado. No total, são cerca de 90 pessoas, de todas as idades, que agora têm vida nova, com alegria e confiança no futuro.
Enquanto prepara o almoço, Adma saboreia a felicidade que é morar com dignidade numa casa – simples porém confortável – e ter a comodidade de pegar o ônibus a poucos minutos do portão para ir ao trabalho. Sete meses atrás a realidade era bem diferente.
Tempos difíceis
A família Pereira estava morando no núcleo congelado havia 6 anos. Ocupando uma construção bastante precária, os 3 integrantes do grupo sofriam muito, principalmente nos períodos de chuva e frio. Havia ainda os riscos constantes com o perigo de incêndio se houvesse curto circuito por causa dos “gatos” de energia elétrica. Também não tinham água corrente. Precisavam emprestar do vizinho.
Passavam 3 valetas nos fundos, o que tornava o solo úmido e o ar pestilento. Quando chovia, a água suja invadia a casa, levando com ela os agentes causadores de doenças. Minhocas e outros vermes se espalhavam pelos cômodos.
Até cobra venenosa chegou a entrar na casa. Dona Adma lembra do desespero que foi o dia em que se deparou com uma urutu dentro do banheiro. “Levei um susto e gritei o nome de Jesus de tanto medo”.
“A aguaceira causava pânico”, rememorou Gerson. Ele tentou secar o brejo com entulhos trazidos de restos de obras trazidos de carrinho do centro da cidade. Não adiantou nada porque o terreno voltava a afundar.
Num ambiente insalubre assim, bronquite, sinusite, resfriado e frieira acometiam constantemente a família. Com a chegada do inverno, a situação só piorava. “Eu tremia a noite inteira de febre e o médico também tinha me alertado do perigo de hipotermia por causa de tanto frio que fazia lá embaixo”, contou Adma.
Mudança para melhor
“Eu nem sonhava que sairia do Banhado e perguntava se a proposta da Prefeitura era de verdade”, disse Adma. Quando viu que os benefícios eram reais, toda a família concordou em se mudar. Gerson conseguiu alugar o imóvel e foi um dos primeiros moradores a assinar o termo de adesão. “Fiquei tão ansioso que nem dormi. Mesmo com chuva, passei a noite arrumando as coisas para o caminhão de mudança”.
Hoje Adma, Gerson e Gislaine estão muito contentes. Frequentadores de uma igreja evangélica, mantêm a fé em Deus e a esperança no futuro. A Bíblia Sagrada está ali na mesa, mostrando que os valores cristãos guiam os passos da família.
No novo lar tudo mudou para melhor. Gerson tinha problemas respiratórios e hoje está bem de saúde. Com 60 anos, o aposentado continua na ativa e aproveita as oportunidades que aparecem para trabalhar como ajudante de pedreiro. A facilidade para usar o transporte coletivo também é bom para Adma, que pode atender as clientes nos trabalhos de faxina sem precisar subir o morro. “Agora mais pessoas me procuram para oferecer serviço. E com o ônibus perto de casa não sofro mais como antes. Na época eu tinha que andar com bolsa de gelo porque doía os ossos. Hoje não preciso de nada disso. A condução passa na porta”.
A família aproveitou a nova casa para comprar móveis novos. Por orientação de dona Adma, o marido comprou fogão, cama e guarda-roupa, além de colchões novinhos para toda a família. Ele está também fazendo reformas na casa, que logo vai ganhar nova pintura.
De 14 anos de idade, Gislaine, a mais tímida da casa, está feliz e animada nos estudos. No nono ano do ensino fundamental, ela já arrumou uma amiga para ir juntas à escola. É uma vizinha do novo bairro, e a amizade começou logo que a menina chegou à casa nova.
Programa de transferência
Criado pelo decreto municipal 17.788/2018, o programa de transferência oferece R$ 5 mil a cada núcleo familiar que deixar o Banhado e demolir o imóvel. São R$ 2.300 para mudança e R$ 2.700 para demolição. Além disso, a Prefeitura paga auxílio-moradia até R$ 700 mensais.
Os moradores do Banhado incluídos no cadastro realizado em 2014 podem procurar o posto da Prefeitura que ainda dá tempo de aderirem ao programa. Basta ir ao antigo prédio da Câmara (estacionamento), que atende de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 11h30 e das 13h30 às 16h30. Mais informações pelo telefone 3925-6829.
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