Avelino Israel
Fundação Cultural Cassiano Ricardo
O mercado da música sertaneja no Brasil tem muitas características marcantes, mas uma delas merece ser destacada. Quase sempre, os cantores e violeiros formam duplas para poderem ‘fazer’ a ‘primeira e a segunda voz’, e começam a trilhar o caminho musical muito cedo. Alguns chegam a fazer sucesso, outros nem tanto. Independente disso, uma coisa não se perde: o patrimônio cultural adquirido.
Assim é com os irmãos joseenses João Pedro Alves Campos, 13 anos, e Luiz Miguel Alves Campos, 8 anos, que, apesar da pouca idade, já formam a dupla João Pedro e Luiz Miguel. Eles moram no Jardim Santo Onofre (região sudeste), mas quase todos os fins de semana vão para Paraibuna, onde nasceu o pai deles, Josiel dos Santos, que também toca violão e canta música sertaneja de raiz.
A mãe deles, Vanessa Aparecida dos Santos Campos, é de Jambeiro e, assim como o marido, também cresceu na roça. Foi nesse contexto rural que João Pedro e Miguel cresceram e começaram a vivenciar a música sertaneja. “Eles não são uma dupla no sentido profissional, mas tocam e cantam com a gente e nos acompanham onde há música sertaneja sendo tocada”, diz Josiel.
Cestos em bambu
Assim como a jovem dupla de violeiros, outros dois representantes da cultura popular regional, Jairo Fernandes (artesanato) e Lucia Serafim Angelo (culinária), são os convidados do Museu do Folclore de São José dos Campos para mais uma edição do programa Museu Vivo. A atividade acontece na área externa do museu, no Parque da Cidade, entre 14h e 17h, e é aberta ao público.
O carioca Jairo Fernandes, 67 anos, natural de Resende, mora há 20 anos no Campos de São José (região leste), onde é muito atuante. Já foi presidente da Sociedade Amigos de Bairro e faz questão de preservar o local onde mora. Morou muito tempo em Baependi (MG) e lá aprendeu, com um vizinho, a trabalhar com bambu. Com o tempo, todos seus oito irmãos também já sabiam lidar com a matéria prima.
Jairo conta que quando morava com seus pais fazia cestos em bambu para vender e ajudar nas despesas da casa. “Hoje já estou casado e a realidade é outra, mas ainda gosto de trabalhar com o bambu, pois isso me traz boas lembranças da minha família”, diz ele. No Museu Vivo de domingo Jairo vai demonstrar ao público sua sabedoria neste tipo de artesanato.
Arroz doce
Quando não está cortando os cabelos das suas clientes, o que mais a cabeleireira Lúcia Serafim Angelo, 63 anos, gosta de fazer é colocar em prática os seus saberes culinários. Como do arroz doce que ela fará domingo, durante o Museu Vivo. Lúcia nasceu em Paulo de Faria (SP), próximo de São José do Rio Preto, e foi lá que aprendeu, com sua mãe, a fazer esta e muitas outras receitas.
“Minha família morava em um sítio e vivia da produção da terra. Lembro que minha mãe fazia o arroz doce como sobremesa, mas também quando havia mutirão por lá, geralmente para uma manutenção. Era costuma reunir muita gente para ajudar nesse mutirão e minha mãe fazia o almoço e de sobremesa o arroz doce. E foi assim que eu aprendi a fazer, olhando e ajudando ela a preparar”, conta Lúcia.
O programa Museu Vivo é realizado semanalmente pelo Museu do Folclore, espaço da Fundação Cultural Cassiano Ricardo gerido pelo Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP), organização da sociedade civil sem fins lucrativos, com sede em São José dos Campos. Durante a atividade, as exposições, permanente e temporária, do Museu do Folclore, também podem ser visitadas pelo público.
Museu do Folclore de SJC
Av. Olivo Gomes, 100 – Parque da Cidade – Santana
(12) 3924-7318
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