Escolas trabalham ciência e sustentabilidade com hortas para alunos
Atualizado em 16/05/2018 - 17:41
Projeto hortas_Cecoi Célio Lemos e Emef Possidônio Freitas
No Cecoi Célio Lemos, no Jardim Jussara, as crianças a partir de 3 anos de idade já realizam atividades na horta - Foto: PMSJC

Paula Pessoa
Secretaria de Educação e Cidadania

Professores da rede de ensino municipal de São José dos Campos têm ensinado sobre ciências e meio ambiente através de experiências práticas dos alunos em contato com a natureza. Na rede, as escolas do ensino fundamental e da educação infantil cuidam de hortas como parte do projeto pedagógico.

A experiência estimula o cuidado com a natureza e contribui para o desenvolvimento de habilidades como respeito, trabalho em equipe, liderança e organização, fundamentais no desenvolvimento das crianças e adolescentes.

No Centro Comunitário de Convivência Infantil (Cecoi) Célio Lemos, que fica no Jardim Jussara (região central), as crianças a partir de 3 anos de idade já realizam atividades na horta, cuidando do plantio das sementes, da manutenção ao longo do crescimento e da colheita das verduras, legumes e frutas plantados no local.

Segundo o voluntário responsável pelas atividades de sustentabilidade no Cecoi, Carlos Villarraga, além de participarem da colheita dos alimentos frescos e orgânicos, as crianças apresentam novos hábitos e comportamentos positivos em relação a natureza.

“As crianças participam com interesse e aprendem a plantar as sementinhas e acompanhar do berçário até o momento da colheita. No dia da colheita é feita uma refeição especial, eles podem consumir na salada os legumes e verduras da horta, e depois as frutas do pomar. As famílias se envolvem também na experiência, algumas mães comentam sobre mudanças nos hábitos alimentares dos filhos, alguns alunos gostam de trazer mudas de plantas para as professoras, todos se envolvem”, disse.

O projeto da obra social que administra o Cecoi Célio Lemos já existe há cerca de cinco anos e tem firmado parcerias para ser um espaço autossustentável e se tornar uma referência na educação ambiental. Os objetivos principais do projeto são: oferecer uma educação ambiental diferenciada, produzir para o consumo do local e vender parte dos alimentos orgânicos para arrecadar fundos para o projeto social.

Atualmente, a Obra conta com projetos de biodigestor, painéis solares para captação de energia, coleta de água da chuva para aproveitamento na irrigação da horta e do pomar e realiza reciclagem de cerca de 90% dos resíduos orgânicos, que viram adubo para as plantações.

E da terra produtiva brotam variedades de legumes e frutas, como: beterraba, coentro, salsinha, couve, alfaces, cenoura, plantas alimentares não convencionais, laranja, amora, cambuci, lichia, manga, banana, entre outras espécies da Mata Atlântica. Essa variedade é acompanhada e irrigada pelas mãozinhas ágeis e delicadas de alunos como as da Giovana Raíssa Vieira Silva, de 5 anos, aluna do Pré II. “Gosto de vir aqui ver como estão as plantas, me sinto muito feliz”, afirmou.

O colega da Giovana, Davi Oliveira Braga, de 6 anos, também expressa o que aprende em sala com a relação pessoal com o meio ambiente. “Gosto das plantas, daqui a que prefiro é a peixinha e, pra comer, é o tomate. É importante cuidar do meio ambiente porque ele nos dá frutas, legumes e o ar que a gente respira”, contou.

“A natureza cuida da gente, as árvores dão ar para respirar, tem frutinhas e folhas, ela é linda e importante”, completou Giovana.

Novidade

Na Emef Possidônio de Freitas, localizada no Residencial Galo Branco (região leste), a iniciativa é nova, mas tem atraído os estudantes dos anos finais, responsáveis pelo cuidado com as mudas e o acompanhamento da horta. Os alunos se organizam com os cuidados e plantio de cebola, três tipos de alface, quiabo, tomate, entre outras verduras e temperos.

O contato com a natureza contribui para a abordagem da escola sobre consumo consciente com os alunos que, aos poucos, demonstram mudanças positivas no comportamento em sala de aula e nos momentos de ‘ar livre’, com as mãos na terra.

“Acho a nossa horta importante porque aqui a gente se junta para cuidar da horta, fazemos novos amigos, mexemos com a terra e é gostoso esse contato com a natureza. A horta também vai poder ajudar com alimentos que nós mesmos vamos consumir”, contou o aluno do 9º ano, Kevin Christopher de Almeida Honorato, de 15 anos.

“Queremos dar nosso melhor para que a horta cresça e que as pessoas ao entrarem aqui já vejam o quanto é bonita e bem cuidada. É uma forma de ajudarmos a cuidar de algo da escola e contribuir, por exemplo, essas alfaces podem ir para a salada da merenda. A gente quer ver a escola sempre arrumada, bonita, com as plantas e a horta”, completou o aluno Pedro Henrique Prado Insa, de 16 anos, também do 9º ano.


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