Evento em São José aborda cuidados paliativos precoces
01/07/2022 17:37
II Jornada de Cuidados Paliativos no HM
Evento no Hospital Municipal tratou sobre a importância do cuidado paliativo - Foto: Adenir Britto/PMSJC

Rodrigo Luiz Ribeiro
Secretaria de Saúde

Desde os primeiros estudos sobre cuidados paliativos tem se observado que, quando iniciados precocemente, dão mais qualidade de vida para as pessoas. É o que afirma a médica do grupo Amae (Atendimento Multidisciplinar para Acolhimento Especial), Susana Miyahira, que nesta quarta-feira (29) participou da 2ª Jornada de Cuidados Paliativos, realizada no Hospital Municipal de São José dos Campos.

“Além da qualidade de vida, os estudos surpreendem mostrando que essas pessoas ultrapassam a expectativa de vida que uma doença muitas vezes propõe, se comparado com pacientes que não tiveram os cuidados paliativos”, completa Susana.

O Amae completou 10 anos de existência e, nesse período, já deu assistência a mais de 500 pacientes em cuidados paliativos e seus familiares em São José dos Campos.

O evento desta semana teve aulas ministradas por especialistas das áreas médicas, de enfermaria, fonoaudiologia, fisioterapia, psicologia e direito, e contou com a presença de 70 pessoas.

Um dos principais assuntos discutidos foi a desospitalização desses pacientes, ou seja, facilitar a transição da internação hospitalar para o ambiente domiciliar por meio do PHD (Programa de Hospitalização Domiciliar), respeitando as vontades e visando o conforto do paciente, a fim de humanizar os momentos individuais da vida.

“Não queremos falar da nossa própria finitude, tentamos não pensar nisso, no processo de envelhecimento e a possibilidade de uma doença incurável, e esquecemos que a morte é um processo inerente à vida”, diz Susana.

Segundo a médica, quando se fala em cuidado paliativo, “logo vem a ideia de que a morte está próxima ou que não há mais nada a ser feito e são ideias inadequadas e incorretas”, afirma. “O paliativo deve ser pensado sempre. Quando a pessoa recebe o diagnóstico de uma doença crônica, progressiva, oncológica ou não, o cuidado paliativo deve ser pensado já neste momento, o mais precoce possível”, completa.

“Qual o sentido de prolongar o sofrimento? Ficar numa UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) entubado, invadido por sonda, cercado por bombas, monitores? Será que a pessoa deseja passar por esse processo ou estar num ambiente familiar, cercada pelos seus entes queridos, seus pets, num ambiente mais acolhedor?”, questiona Susana.

A equipe que atua no Amae auxilia as pessoas nessas condições, assim como os seus familiares e profissionais que cuidam do paciente. “A ideia deste evento é resgatar esses princípios e lembrar de pensar nessas questões, cuidados de qualidade de vida e morte, centrado nas pessoas, nos seus desejos e o que é importante para elas e não centrado nas doenças”, conclui Susana.

A 2ª Jornada de Cuidados Paliativos reforça uma diretriz da Prefeitura de São José dos Campos para um olhar humanizado no atendimento e acolhimento dos pacientes e familiares.


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