Domingo no Parque da Cidade, enquanto o futuro não chega
Atualizado em 29/05/2020 - 10:39
Parque da Cidade. Foto: Claudio Vieira/PMSJC. 02-02-2020
Entre as várias "tribos" que frequentam o Parque da Cidade aos domingos, os lutadores de muay thai são uma das mais recentes - Foto: Claudio Vieira/PMSJC

Wagner Matheus
Secretaria de Governança

Manhã com garoa fina que vem e vai. E você faz o quê, fica em casa? Que nada, vá curtir o Parque da Cidade. Foi isto o que centenas de pessoas fizeram na manhã deste domingo (2). Com várias atividades ao mesmo tempo em sua área espaçosa, o parque já foi adotado por muitas “tribos” que não vivem sem ele.

Esse comportamento do joseense aumenta ainda mais a importância da consulta pública eletrônica que a Prefeitura de São José dos Campos realizou para conhecer o interesse e a relação de munícipes e turistas com o Parque Roberto Burle Max, mais conhecido como Parque da Cidade, na região norte do município.

A enquete teve 23 perguntas e abordou assuntos como frequência, locais e atividades preferidos, motivos para ir, novidades que poderiam ser implantadas, entre outras questões. A consulta fez parte dos estudos para analisar a viabilidade da concessão do Parque da Cidade à iniciativa privada.

Diversidade

Todo domingo, várias atividades programadas por entidades e munícipes são realizadas simultaneamente no parque. Isso é possível devido à grande área disponível, fazendo que uma prática não prejudique outra. Este domingo não foi diferente.

Logo na entrada do parque, no amplo gramado do lado esquerdo, tendo palmeiras imperiais como fundo, um grupo com cerca de 50 jovens joga animadas partidas de futebol. Eles já são bem conhecidos do lugar e sentem-se em casa praticando a famosa “pelada” de fim de semana.

Espaço canino

Do lado direito de quem entra pelo acesso principal, o espaço canino mostra a cada dia ter sido uma ótima ideia. Homens e mulheres frequentam o local com seus cães de todas as raças e tamanhos. Enquanto os animais interagem entre eles, seus donos também reforçam a amizade com os demais frequentadores.

Camila Moraes, 35 anos, moradora na região central, vai com assiduidade ao espaço levando seu cão Jesse, sem raça definida, de dois anos e três meses. “Antes de existir esse local, eu só levava o Jesse para passear na Via Norte, seguro por uma coleira”, conta.

Segundo ela, a experiência de começar a levar o seu pet ao espaço canino foi muito boa. “Aqui é bem seguro, cercado, eles têm o espaço deles, a gente solta e fica tranquila”, elogia. “Devia haver mais espaços desse tipo, porque aqui vem gente de Caçapava e de outras cidades mais distantes.”

Futebol americano

Bem ao lado do espaço canino, uma área ampla, coberta por um gramado bem cuidado, serve há sete anos como local de treinamento aos domingos para os atletas das equipes feminina e masculina do São José Jets, o clube joseense de futebol americano.

“Nós fazemos aqui os nossos treinos de flag football, é bem espaçoso e permite que a gente desenvolva todos os treinos possíveis”, explica Edson Gonçalves, head coach e vice-presidente dos Jets. “Além disso, as atividades feitas aqui dão uma boa visibilidade para a equipe, isto atrai novos atletas e torcedores.”

Embora em um jogo de futebol americano sejam convocados 44 atletas e 11 formem o time no campo, o elenco dos Jets chega a 150 praticantes. Segundo Gonçalves, este será um ano especial para a equipe, pois além de disputar o Campeonato Paulista de Flag, como já faz há sete anos, ela irá estrear na elite nacional da modalidade. “Vamos jogar o SPFL Diamante, que é a competição mais importante do esporte no país”, conclui.

Gaivota

Cansado, de tantas atividades ao mesmo tempo? Ainda tem mais. Bem ao lado de onde treina o pessoal do futebol americano está o Pavilhão Gaivota, que tem a vantagem de ser coberto. Ali, na manhã deste domingo, duas atividades diferentes aconteciam, sem nenhum problema de incompatibilidade.

Formando dois grupos com cerca de 30 a 50 integrantes cada um, os jovens chamados Desbravadores, pertencentes à Igreja Adventista, faziam mais um de seus encontros periódicos. Um grupo reunia jovens do centro da cidade e o outro do Bosque dos Eucaliptos, na região sul.

Segundo um dirigente, os Desbravadores cultivam os valores cívicos e desenvolvem programas de conhecimentos gerais para ampliar o nível cultural de seus membros. Ao lado da reunião, uma grande mesa exibia um farto lanche com pratos doces e salgados para serem saboreados ao final do encontro.

Vizinhos dos Desbravadores, estavam os lutadores. Trata-se de um grupo de praticantes de muay thai de academias da cidade que há poucas semanas decidiu se reunir no parque para treinar e trocar informações sobre o esporte.

Futuro

Todas essas atividades representam apenas uma amostra de tudo o que acontece no Parque da Cidade. Estaria faltando algo para que o local atenda a todos os gostos e idades dos que o frequentam? Talvez não, Talvez sim. Daí, a importância do trabalho que está sendo realizado.

Em meio a toda essa movimentação, o casal Cláudio Martins, 39 anos, a esposa Sara e o filhinho Arthur, de 1 ano e três meses de idade,  veio do Residencial Vista Flamboyant, na região sudeste, para passear pelo parque.

“A gente vem quase todos os domingos, há vários anos, e deu para perceber que vêm aumentando muito as atividades de esportes a céu aberto por aqui, o canil é muito apreciado, gostamos muito do parque, embora eu sinta falta das borboletas que existiam no borboletário”, expõe Marins.

Segundo ele, o que o local poderia ter a mais do que tem hoje tem a ver com a cultura e o lazer. “Penso que seria um bom complemento a realização de oficinas criativas monitoradas nas áreas de esporte e artesanato”, sugere. “Também é um bom espaço para a apresentação de palestras que enriqueçam o nível cultural dos frequentadores.”

Camila, a dona do cãozinho Jesse, volta à cena para também imaginar um cenário futuro para o parque. “Por ser mais afastado, acho que o Parque da Cidade tem menos cuidados e atrações que o Vicentina Aranha e o Santos Dumont. Podia ser igualado aos outros”, opina.


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