Prefeitura vai receber imagens do primeiro nanossatélite brasileiro
Atualizado em 31/10/2019 - 17:09
Assinatura do Termo de Cooperação Tecnológica entre a Prefeitura de São e a empresa Visiona Tecnologia Espacial. Foto: Claudio Vieira/PMSJC. 31-10-2019
O presidente da Visiona, João Paulo Campos, destacou a importância do conjunto de parceiros para o êxito do projeto - Foto: Claudio Vieira/PMSJC

Priscila Veiga Vinhas
Secretaria de Urbanismo e Sustentabilidade

Aconteceu na manhã desta quinta-feira (31), no Parque Tecnológico de São José dos Campos, a solenidade de assinatura do Termo de Cooperação Tecnológica entre a Prefeitura de São José dos Campos e a empresa Visiona Tecnologia Espacial, que permitirá a utilização pela Prefeitura de imagens orbitais do VCUB, o primeiro nanossatélite desenvolvido pela indústria brasileira para observação da Terra e coleta de dados.

O evento contou a apresentação de um protótipo do VCUB, que tem lançamento previsto para 2020 e foi abrilhantado com apresentação do quarteto de cordas da Orquestra Luzes da Ribalta, cedido pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo.

A rede de parceiros do Projeto VCUB, conta com instituições como Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) de Santa Catarina, a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII), o Governo de Santa Catarina, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM).

Na ocasião o presidente da Visiona, João Paulo Campos, destacou a importância do conjunto de parceiros para o êxito do projeto, apontando a melhor forma de aplicação dos dados coletados com a perspectiva de resolver problemas práticos do dia a dia das pessoas.

“Não é ficção científica pensar daqui a 5 a 10 anos o nossos país sendo monitorado em várias aplicações através de uma constelação de nanossatélites. Está acontecendo uma revolução no mercado mundial e a tecnologia de nanossatélites que hoje floresce no mundo vai fazer com que esse tipo de tecnologia espacial seja cada vez mais acessível a todos a um preço muito mais barato”. Ele também destacou o desenvolvimento em gestão das cidades e a parceria com a Prefeitura de São José dos Campos.

Decolar

Além de representes da Prefeitura e da empresa Visiona, o evento contou com a presença especial de uma aluna do Projeto Decolar. O projeto é vinculado à Prefeitura de São José dos Campos e integra o programa de educação especial voltado para alunos com altas habilidades.

Nicolly Vitória da Costa Silva, de 12 anos, que estuda da EMEF Elza Regina Ferreira Bevilacqua, no Jardim Estoril, é destaque nas aulas de astronomia do projeto e foi convidada a conhecer a iniciativa. Ao lado da professora facilitadora Kátia Maria Pereira e da Coordenadora de ensino do programa decolar, Márcia Silvestre ela se mostrou muito entusiasmada com o projeto.

“Eu gosto bastante da área de astronomia, porque eu gosto de pensar que a gente é só um pontinho no meio do nada, imaginar quanta coisa tem nesse espaço gigante! Eu tenho muita curiosidade nessa parte de satélites, eu acho muito interessante como alguns satélites conseguem fazer uma ligação de uma pessoa da China com outra aqui no Brasil”. Consciente, ela também destacou a importância de observar a Terra e cuidar do território da cidade e já pensa nas inúmeras possibilidades do futuro.

Geoprocessamento em São José

A Prefeitura São José dos Campos vem desenvolvendo projetos de alta tecnologia com o uso de imagens de sensoriamento remoto, no âmbito de projetos como o Observa, também em parceria com a Visiona, que consiste no uso de imagens de altíssima resolução para o monitoramento, fiscalização e controle ambiental do território visando combater a degradação ambiental, e mais recentemente o Geosanja, plataforma que reúne dados geográficos do município para consulta e download pelos cidadãos.

Sobre o Projeto

O nanossatélite VCUB baseia-se numa plataforma CubeSat 6U de 10 kg com dimensões de 30 x 20 x 10 cm e traz o estado da arte em tecnologias de pequenos satélites. A missão permitirá o desenvolvimento e validação de tecnologias espaciais pela Visiona e seus parceiros, com destaque para os sistemas de navegação, guiagem e controle (AOCS), de supervisão de bordo (OBDH) e de rádio definido por software (SDR) concebidos pela Visiona, as principais lacunas tecnológicas da indústria espacial brasileira. O projeto incorpora uma arquitetura de sistemas modular e escalável, que poderá ser utilizada em satélites de maior porte no futuro, permitindo a incorporação de mais tecnologias nacionais às missões do Programa Espacial Brasileiro.

Equipado com uma câmera óptica multiespectral com resolução melhor que 4 metros e 4 bandas espectrais e de um sistema de coleta de dados reconfigurável via software, o satélite será capaz de realizar missões antes destinadas a satélites de porte bem superior. Sua câmera utiliza tecnologias só encontradas em satélites de grandes dimensões, o que lhe permitirá gerar imagens com qualidades radiométrica e geométrica superiores às encontradas no mercado, fatores fundamentais para aplicações agrícolas e de proteção do meio ambiente. Seu sistema de coleta de dados pode operar tanto no sistema SBCD (Sistema Brasileiro de Coleta de Dados) como em outros protocolos, o que torna o VCUB uma plataforma ideal para aplicações de Internet das Coisas (IoT).

Sobre a Visiona

A Visiona é uma Empresa Estratégica de Defesa de capital e controle nacionais formada pela Embraer e a Telebras para a integração de sistemas espaciais. Criada em 2012 para atender os objetivos do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) e do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), a empresa foi a responsável pelo programa do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, o SGDC, sendo a empresa líder no mercado brasileiro de sensoriamento remoto orbital


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