Abrigos apostam no afeto para desenvolvimento de crianças
Atualizado em 29/05/2020 - 17:54
Curso de Capacitação para funcionários que trabalham com bebês 13/12/2019
Cuidadoras aprendem a carregar as crianças em tecidos para promover um cuidado mais afetivo dentro do abrigo - Foto: Charles de Moura/PMSJC

Giselle Marinho
Secretaria de Apoio Social ao Cidadão

Abandono, violência ou exploração. Seja qual for o motivo para o afastamento do lar, o cuidado afetivo é a melhor forma de garantir segurança e um desenvolvimento saudável na primeira infância.

Partindo dessa premissa, a Prefeitura de São José dos Campos, em sua parceria com a Cruzada Assistencial Padre João Guimarães, está capacitando os cuidadores de crianças de 0 a 6 anos para atuar de forma ainda mais acolhedora e afetiva no dia a dia dos pequenos, considerando as peculiaridades de cada um e incluindo o “colo” e o abraço como ferramentas de desenvolvimento emocional e humano.

Os encontros começaram em setembro e desde então são realizados 2 dias por mês. Neles, a equipe divide os assuntos em módulos que começaram com a importância da primeira infância, a preservação de vínculos e o desenvolvimento da criança no primeiro e segundo ano de vida.

Nesta quinta (12) e sexta-feira (13), o foco foi a importância do colo para os bebês, principalmente aqueles em situação de acolhimento.

E para falar sobre esse tema e dos benefícios do carregamento de bebês junto ao corpo, a equipe contou com a participação voluntária de Karine Enzweiler, empresária e consultora do ramo carregadores de bebês.

Olhar de afeto

Ela conta que o despertar para a arte de carregar os bebês com o auxílio de um tecido começou com os próprios filhos. Com especializações na área, feitas na França e na Suíça, Karine afirma que esse contato com o corpo é extremamente positivo para o desenvolvimento geral da criança. “Amarrados ao corpo, os bebês sentirão o coração das cuidadoras, o afeto, segurança e ainda ficarão mais calmos", afirmou.

A educadora social e pedagoga Cristiane Alves de Brito, 49 anos, que atua no abrigo, disse que com a capacitação passou a olhar as crianças com outros olhos.

“O cuidado diário já estava no automático: alimentação, fralda, banho, mas com essas palestras aprendemos a compreender as crianças e a nos colocar no lugar delas, assim como a perceber a necessidade de cada uma, os diferentes motivos do choro e até mesmo importância do contato para o desenvolvimento emocional, cognitivo e motor das crianças”, disse Cristiane.

Para o próximo ano ainda estão previstas novas palestras e treinamentos, no sentido de qualificar ainda mais os profissionais que atuam no abrigo.


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