Sonhos e preservação da história levam emoção ao Santos Dumont
Atualizado em 20/10/2018 - 18:33
Manutenção do Bandeirante pelos alunos do Cephas 20 10 2018
Estudantes durante manutenção no Bandeirante: sonho que se tornou realidade - Foto: Charles de Moura/PMSJC

Cláudio Souza
Fundhas

Não há barreiras para quem sonha. Nas asas da imaginação, o céu é o limite.

Desde criança, Alexa Figueiredo tem uma motivação que a impulsiona: fazer parte da história da aviação.

Este sonho começou a se concretizar neste sábado (20), quando ela e outros seis alunos dos cursos de Manutenção de Aeronaves e de Eletrônica do Cephas (Centro de Educação Profissional Hélio Augusto de Souza) deram início aos trabalhos de conservação do protótipo do avião Bandeirante, da réplica do avião 14 Bis e das maquetes da família Sonda.

Todas estas réplicas estão no Parque Santos Dumont, na região central de São José dos Campos, abertas à visitação pública.

Foi em uma destas incursões pelo parque que a então criança Alexa, hoje com 20 anos, traçou seu ideal de vida.

“Desde criança, eu vinha com meus pais no Parque Santos Dumont e ficava encantada com o Bandeirante e os outros aviões daqui. Sonhava em um dia fazer parte desta história. Hoje, estou aqui ajudando na limpeza e conservação do Bandeirante e destes outros símbolos da aviação. O meu sonho está se realizando”, disse Alexa, que cursa Eletrônica no Cephas.

“Meu pai está no Rio de Janeiro. Ontem, liguei para ele e contei sobre este trabalho que eu e meus colegas estamos começando. Ele chorou. Porque, assim como está acontecendo comigo, o sonho dele está se realizando. Esta marca que está sendo impressa hoje no meu coração vou levar comigo por toda a vida”, completou a estudante, com lágrimas nos olhos.

Esta emoção contagiou todos que presenciaram seu depoimento. Afinal, a vida é feita de sonhos. Sonhos almejados, sonhos realizados. Não há limites para quem sonha.

Fazendo história

Colegas de Alexa, Allan Figueiredo, 18 anos, e Raphael Ribeiro, 23 anos, também viveram um dia especial neste sábado.

“Estou muito feliz de poder ajudar na conservação de aviões tão importantes para a aviação mundial. Com este trabalho, estamos contribuindo com a preservação de nossa história e de nossos patrimônios”, afirmou Allan, aluno de Eletrônica.

“É uma oportunidade de ouro. Eu e meus colegas estamos tendo o privilégio de colocar em prática, em aeronaves históricas, o que aprendemos na sala de aula. Isto não tem preço”, disse Raphael, que cursa Manutenção de Aeronaves.

Os estudantes, acompanhados de um professor, serão responsáveis pela manutenção das réplicas das aeronaves do Santos Dumont.

As ações acontecerão uma vez por mês, sempre aos sábados, e terão duração de um ano, integrando uma parceria entre a Fundhas (Fundação Hélio Augusto de Souza) e a Secretaria de Manutenção da Cidade para preservação dos patrimônios históricos da aviação.

Ícone da aviação

O sonho que impulsiona Alexa e que neste sábado começou a se tornar realidade para a jovem estudante terá mais um capítulo especial nesta segunda-feira (22), quando se completarão 50 anos do primeiro voo do avião Bandeirante.

A aeronave é fruto da coragem e da obstinação de pioneiros e idealistas como Ozires Silva, engenheiros e funcionários da Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica).

O terceiro protótipo foi instalado no Parque Santos Dumont em 21 de fevereiro de 1981. Os outros dois protótipos estão no MAB (Memorial Aeroespacial Brasileiro), em São José, e no Musal (Museu Aeroespacial), no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro. 

Em julho de 2017, a réplica foi totalmente restaurada por ex-engenheiros da Embraer e alunos do curso de mecânica de aeronaves do Cephas, em trabalho coordenado pela Prefeitura, e foi devolvido ao Parque Santos Dumont, por ocasião do aniversário de 250 anos de São José dos Campos.

Todas estas histórias e sonhos transformaram São José na Capital Nacional da Aviação. Nas asas da imaginação, quanto mais se sonha, mais alto se chega.


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